A distribuição e transporte de mercadorias envolve e impacta diversos setores correlatos. A própria natureza do negócio está, inevitavelmente, atrelada a negociações com fornecedores, prestadores de serviço, indústrias parceiras, etc.
Neste cenário tão dinâmico, no qual as negociações relacionadas à operação ocorrem com tantos parceiros, a busca por eficiência e qualidade no serviço prestado sempre se mostrou uma prioridade das empresas do ramo que buscam pela excelência na própria atuação.
Ao longo dos últimos anos, foi possível notar uma movimentação em diversos setores da indústria e do comércio na adoção por práticas mais sustentáveis, incorporadas nas políticas dessas empresas e influenciando nas suas estratégias empresariais, fato que se relaciona diretamente com as operações do setor logístico, já que este se comunica, e interliga, todos esses setores econômicos distintos.
Por conta disso, é inevitável que a busca por notoriedade na atividade logística recaia não somente na otimização da atuação operacional já existente, mas adentre também uma nova realidade de responsabilidade e consciência: o ESG (Environmental, Social and Governance, em inglês), que engloba a adoção de responsabilidades ambientais, sociais e de governança corporativa.
Assim, constata-se que o conceito de ESG está moldando a maneira como as empresas de logística operam, interagem com as comunidades nas quais elas estão inseridas e como elas também são percebidas pelos parceiros de negócio.
I. Afinal, como o ESG é refletido nas empresas de logística?
A primeira letra da sigla diz respeito ao aspecto ambiental dessas práticas sustentáveis, que tem gerado algumas mudanças significativas no setor de transporte. Isso ocorre por meio da conscientização dos impactos negativos das emissões de carbono, que acarreta na preocupação das empresas da área em desenvolverem medidas que buscam reduzir o impacto ambiental de suas atividades.
Na prática, isso envolve a busca por soluções de transporte mais limpas, como, por exemplo, a utilização de veículos elétricos e na otimização de rotas para reduzir o consumo de combustível não renovável.
A segunda letra da sigla, por sua vez, trás o aspecto social das condutas que garantem sustentabilidade. Uma empresa que incorpora os princípios relacionados a isso costuma promover mudanças na interação com seus colaboradores, clientes e comunidades locais.
A responsabilidade social corporativa reflete um foco no bem-estar dos trabalhadores, na diversidade e inclusão, e no envolvimento comunitário, contribuindo positivamente para as comunidades estão inseridas e garantindo reconhecimento dos parceiros de negócios.
Por fim, a terceira letra da sigla relaciona-se ao aspecto de governança corporativa, responsável pela adoção de condutas garantidoras de transparência, ética e responsabilidade nas empresas do setor de logística.
O compliance, por sua vez, é um conceito atrelado ao ESG por refletir o ato de assegurar que os mecanismos trazidos pelo ESG estejam em conformidade com regulamentos e políticas internas da empresa que os adota, tornando-se um aliado indispensável para a garantia da sustentabilidade.
É por meio do compliance de governança corporativa que uma empresa consegue reduzir o risco de infrações regulatórias e garantir uma vantagem competitiva em um mercado cada vez mais consciente, ao efetivamente implementar todas as políticas desenvolvidas para essa finalidade.
II. E por meio de quais mecanismos as empresas de logística conseguem implementar as práticas sustentáveis na própria atuação?
O desenvolvimento de políticas de boas práticas, responsável por conscientizar todos os colaboradores e representantes da empresa é requisito indispensável para a adoção de condutas mais sustentáveis.
Isso ocorre por meio da implementação de políticas robustas e personalizadas a cada área da empresa, seja mediante treinamento de motoristas das operações, de funcionários administrativos e de seus representantes, garantindo que a empresa opere de forma ética, sustentável e que transpareça confiança para clientes e parceiros de negócios, por meio da construção de uma reputação sólida e responsável, capaz de atender inclusive aos requisitos exigidos por empresas já adequadas à nova demanda regulatória.
Práticas sustentáveis vêm transformando profundamente o setor de logística, de modo que ESG e compliance não dizem respeito apenas a condutas secundárias, e sim a fundamentos essenciais para moldar um setor logístico mais eficiente, comprometido e sustentável.
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BARBOSA, Pedro. AGENDA ESG CRESCE NO SETOR DE TRANSPORTE. IBL – Instituto Brasil Logística. Disponível em: https://ibl.org.br/agenda-ESG-cresce-no-setor-de-transporte/. Acesso em: 01 mai. 2024.
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ESG no transporte: muito mais que uma tendência. Asiashipping.co. Disponível em: https://www.asiashipping.co/blog/ESG-no-transporte-muito-mais-que-uma-tendencia. Acesso em: 01 mai. 2024.
GOMES, Pascoal. Qual o impacto do ESG para o setor de transportes. Cimm.com.br. Disponível em: https://www.cimm.com.br/portal/artigos/23860-logistica-sustentavel-impacto-ESG-desenvolvimento-setor-transportes. Acesso em: 01 maio. 2024.
PINTO, Iuri. Implementando Práticas ESG em uma Empresa de Transporte. LinkedIn. Linkedin.com. Disponível em: https://www.linkedin.com/pulse/implementando-pr%C3%A1ticas-ESG-em-uma-empresa-de-transporte-iuri-pinto/. Acesso em: 01 mai. 2024.
Publicado em Migalhas